Monsenhor François Fleischmann, um grande servidor das Equipas de Nossa Senhora e da causa de canonização do Padre Caffarel, deixou-nos.

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Monsenhor Michel Aupetit, Arcebispo de Paris, confia à vossa oração:
Monsenhor François Fleischmann
Prelado de Honra, cónego honorário
falecido na Sexta-feira 26 de Fevereiro,
aos 86 anos de idade, no 56º ano de sacerdócio.
Mons. Fleischmann partiu para a casa do Pai esta manhã pelas 11h.
Que Deus o acolha na sua paz.
SAs exéquias terão lugar na catedral Notre-Dame de Paris, na Sexta-feira 2 de Fevereiro de 2018 às 10h.

"Monsenhor François Fleischmann foi conselheiro espiritual da Equipa Responsável Internacional de 2000 a 2006.  Durante este mandato, esteve na origem do lançamento da causa de canonização do Padre Henri Caffarel com Marie-Christine e Gérard de Roberty, em 2003.  Desde o início, contribuiu para o desenvolvimento do processo de abertura da causa através dos seus conselhos e da sua experiência.  Depois, como chanceler da diocese de Paris, participou na elaboração de todos os documentos oficiais respeitantes à causa.  Realizou sobretudo um trabalho enorme, que foi a digitalização de todos os textos do padre Caffarel:  editoriais de todas as revistas, conferências, textos vários.  Era um insubstituível conhecedor da obra escrita e do pensamento do Padre Caffarel.  Tinha estudado de forma muito especial L’Anneau d’Or, como demosstrou na sua comunicação no colóquio Henri Caffarel.  Profeta para o nosso tempo, em Dezembro de 2017.  Mons. Fleischmann era um conselheiro activo da Associação dos Amigos do Padre Caffarel.  Tinha aceitado participar no trabalho da Positio, para o qual era um suporte precioso para o Padre Paul-Dominique Marcovits, Redactor da causa, e para Marie-Christine Genillon." 
Les Amis du Père Caffarel 

Padre Paul-Dominique Marcovits, o.p.
Redactor da causa do Padre Caffarel
Homenagem a Mons. François Fleischmann
 
      "Mons. François Fleischmann era grande.  Inspirava respeito.  Foi esta a minha primeira impressão quando o conheci em 2005 nas Equipas de Nossa Senhora.  Mas os seus olhos, brilhantes, franziam-se quando manifestava o seu acolhimento, alegre e confiante.  Um sorriso luminoso acabava por pôr à vontade.  Fiquei impressionado com a alegria que o habitava, uma alegria que lhe vinha da fé em Deus e da sua dedicação à Igreja.
       A expressão «Homem de Igreja» adequa-se a ele, de tal modo sua presença era habitada pelo mistério da Igreja que servia com amor.  Eu tinha ouvido falar dele muito antes de o conhecer e sabia dos imensos serviços que ele tinha prestado quando estava em Roma, na Secretaria de Estado, mas também em outros momentos do seu ministério.  Assim, quando me encontrava com ele, sentia-me sempre impressionado, elevado, posto diante da nobreza da Igreja.  A sua humildade era profunda e natural.  É verdade que ele não precisava de chamar as atenções:  o seu trabalho era feito com tanta exactidão e precisão que as suas obras falavam por ele.  Mesmo se, nas Equipas de Nossa Senhora, lhe chamávamos «Padre», falávamos sempre de «Monsenhor» Fleischmann.   Gosto deste título!  Ele exprime a nossa admiração e a nossa afeição.  Acima de tudo, não ensombra a sua humildade… Afinal, François Fleischmann era da Igreja!  Era essa a sua dignidade e ele era feliz com isso.
       Quando, em 2005, Marie-Christine e Gérard de Roberty, responsáveis internacionais das Equipas de Nossa Senhora, me nomearam postulador da causa do Padre Henri Caffarel, com Marie-Christine Genillon como vice-postuladora, Mons. François Fleischmann esteve presente passo a passo durante todo o trabalho até hoje.  Ele sabia tudo o que era preciso fazer, conhecia toda a gente. O seu parecer era seguro, e eu próprio, bem como todos aqueles que trabalhavam na «Associação dos Amigos do Padre Caffarel», escutava com atenção todas as suas palavras.  Eu disse-lhe muitas vezes:  «Eu sigo-o, caminho atrás da nuvem luminosa».  Nunca fiz nada de importante sem antes falar com ele.
       Durante os anos em que fizemos o inquérito diocesano sobre o Padre Caffarel, Mons. Fleischmann fez um trabalho considerável de digitalização.  Quantas vezes o vi pôr em cima da mesa um grande dossier, como se nele não houvesse nada de importante.  Também nisto se mede a sua humildade e o seu amor pelo trabalho bem feito.  Trabalhava para as Equipas, a sua segunda família!
       Mons. Fleischmann nasceu na Alsácia, na lindíssima cidade de Barr.  Quando se foi encontrar comigo — eu acabava de deixar o meu convento em Paris pelo de Estrasburgo — fomos ambos à sua terra natal.  Foi muito comovente.  A sua vida era essencialmente parisiense, mas guardo a memória da luz que o habitava durante aquela peregrinação.
       Monsenhor!  Querido Padre!  O senhor partiu demasiado cedo.  Como redactor da causa do Padre Caffarel, contava totalmente consigo.  Vai fazer-nos muita falta.  Mas agora, junto de Deus, está com o Padre Caffarel, e podem falar directamente.  Queira, com ele, interceder por nós… também por esta causa que é a do matrimónio e da oração!"
 
 

Communiqué de l'archevêché de Paris :
"
François Fleischmann nasce em Estrasburgo a 2 de Maio de 1934 e é ordenado presbítero a 14 de Abril de 1962 na catedral Notre-Dame de Paris.  Capelão adjunto no Lycée Henri IV (Paris 5) até 1963, é depois, durante oito anos, professor no Seminário Menor de Conflans.

Em 1971, é nomeado vigário de Ste-Jeanne de Chantal (Paris 16) onde permanece quatro anos, encarregado também, em 1974, durante um ano, do centro religioso do Palais des Congrès (Paris, Porte Maillot).  Em 1975, é nomeado vigário de Ste-Odile (Paris 17); em 1981, passa a ser responsável adjunto de St-Pierre de Chaillot, onde se encarrega da catequese no Lycée de L’Assomption Lübeck (Paris 16).
De 1983 a 1998, é nomeado para a Secretaria de Estado do Vaticano para a secção de língua francesa.  Esta missão ao serviço do Santo Padre e da Igreja universal, apesar do seu carácter por vezes austero, foi para ele fonte de crescimento e de realização.  As audiências permitiram que se aproximasse um pouco de São João Paulo II, nomeadamente nas audiências das Quartas-feiras, que o marcaram profundamente.
De regresso a Paris em 1998, é nomeado pároco de St-François-Xavier (Paris 7), cargo que ocupará até 2003.  Em 2002, é nomeado chanceler da diocese e vigário episcopal no Secretariado dos Casamentos.  Em 2010, começa a retirar-se, primeiro do seu cargo de chanceler e depois do Secretariado dos Casamentos.  Residindo em Saint-Lambert de Vaugirard, prestará numerosos serviços à paróquia.
Ao longo do seu ministério, Mons. Fleischmann acompanhou as Equipas de Nossa Senhora e participou activamente na vida do Movimento.  Foi conselheiro espiritual da equipa internacional:  mais uma vez, uma grande experiência da vida da Igreja universal e da acção da graça de Deus.  Consequência disto foi o facto de Mons. Fleischmann se ter empenhado ao serviço da causa de canonização do Padre Henri Caffarel, fundador das Equipas de Nossa Senhora.  No passado dia 8 de Dezembro participou no colóquio que se realizou no Collège des Bernardins por ocasião do 70º aniversário da Carta das Equipas com uma intervenção sobre a revista L’Anneau d’Or, para a qual tinha contribuído, nos anos anteriores, com um trabalho minucioso.
Tendo sido nomeado cónego titular de Notre-Dame de Paris em 2003, foi, é 2005, eleito decano dos cónegos titulares.  Em 2013, já aposentado, está ao serviço da paróquia St-Lambert de Vaugirard (Paris 15).  Em 2014, passa a ser cónego titular emérito.
Mons. François Fleischmann era um homem de grande humildade e de grande profundidade, dedicado à missão para todos numa só Igreja.  As nossas orações acompanham-no para que Deus acolha o seu servo fiel na sua alegria e na sua paz.  Damos graças a Deus pelos frutos do seu ministério.


Chegam os testemunhos, em particular o do Padre José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Conselheiro espiritual da ERI.
http://www.equipes-notre-dame.com/pt-pt/a-vida-do-movimento/actualidades/monsenhor-francois-fleischmann-um-grande-servidor-das-equipas-de